São Francisco – deixe seu coração por lá

São Francisco – deixe seu coração por lá

25 de agosto de 2007 2 Por Mauricio Oliveira

Compacta e cheia de vitalidade, a meca gay do planeta traduz seu charme e sedução nas dezenas de cafés, bares e restaurantes em São Francisco. Some-se a isso uma vida cultural pulsante e muita festa. O resultado é pura diversão!

Centro da contracultura nos anos 50 e um dos points hippies mais fortes do mundo na década de 60,  a charmosa São Francisco experimentou uma nova onda pouco antes do início dos anos 70: a vida gay.

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Desde então, o movimento não parou. Hoje em dia, São Francisco possui mais homossexuais que qualquer outro lugar dos Estados Unidos. Estima-se que um entre cada cinco homens com mais de 15 anos que vive por ali seja gay.

O título de meca GLS não é por acaso. Foi lá, durante a Freedom Day Parade, em 1978, a primeira vez que o arco-íris foi usado como símbolo do movimento gay. Quase 30 anos depois, em fevereiro de 2004, outro marco importante: a cidade foi a primeira nos Estados Unidos a autorizar legalmente o casamento homossexual. A Suprema Corte da Califórnia invalidaria a autorização, mas de nada adiantaria. A partir daí, São Francisco dava sinais de um lugar onde o respeito pelas diferenças de gosto e opção fazem parte da vida real. Habitantes e turistas convivem em plena harmonia.

Um território perfeito para vivenciar uma vida gay livre de olhares escandalizados ou gestos preconceituosos. Como toda ação gera uma reação, a cada ano a cidade atrai mais e mais visitantes em busca de um pacote super atraente que inclui variedade de pontos turísticos, clima ameno em torno dos 10ºC o ano todo e uma cordialidade verdadeira.

Pernas pra que te quero

Nada de preguiça. Quem quiser realmente entrar na rotina de um habitante de San Fran, como é chamada carinhosamente a cidade pelos moradores, deve esquecer o carro. O negócio é bater perna e usar os dois meios de transportes característicos: o bonde, um dos símbolos da cidade, e a bicicleta, que também pode ser alugada.

Preparamos um roteiro com sugestões de programas para dois dias. Mesmo sem segui-lo cem por cento, ele o levará para conhecer San Fran de cabo a rabo, com direito a lugares que serviram de palco para filmes de cinema e séries de TV.

Índice de conteúdo

Roteiro Gay em São Francisco

Primeiro dia

Comece o dia visitando Chinatown, uma das colônias chinesas mais antigas dos Estados Unidos. Há registros de 1848 como o ano de início da imigração, que mantinha os moradores como trabalhadores das estradas de ferro. Aliás, foi na Califórnia – e para os trabalhadores – que surgiu, alguns anos depois, a primeira calça jeans. A região é um dos principais centros de compras da cidade, além de boas casas de especiarias e alimentos exóticos. Nas ruas, as luminárias de dragão, os anúncios de néon e os telhados coloridos garantem a movimentação do local. Alguns cafés reúnem artistas, marinheiros, prostitutas e poetas. Vale conhecer o Tien Hau Temple e a Grant Avenue, com seus famosos antiquários e armazéns.

Siga agora no sentido North Beach, onde está a tradicional delicatessen Molinari’s, que oferece uma espécie de bufê de guloseimas para viagem. O endereço preferido para o consumo desses quitutes é o Washington Park, onde muitos aproveitam para fazer um piquenique. A atração da tarde em North Beach são os cafés. As casas apresentam livrarias e shows de jazz, mantendo o charme da boêmia beatnik da década de 50.

O Vesúvio é uma das opções e deve ser visitado sem pressa. Próximo a esse café está a parada do ônibus 39, principal acesso ao Telegraffic Hill e ao Coit Tower. A torre é uma grande homenagem aos bombeiros de São Francisco. São mais de 80 metros de uma construção em estilo art déco concluída em 1937. Dali, você terá uma vista deliciosa da cidade e poderá entender cada canto de SF do alto, incluindo a vista para a Golden Gate, a Pirâmide do Transamérica – arranha-céu preparado para resistir a terremotos –, e a Lombard Street, rua em ziguezague que fica em uma colina muito visitada por turistas.

O passeio de Cable Car é bem característico. O bondinho passeia por vilas no estilo vitoriano e pelos principais pontos turísticos. O bilhete custa 2 dólares (guarde-o, pois ele vale por três horas e pode ser reutilizado) e o trajeto dura cerca de uma hora. A noite chegou. Nada como uma paradinha no hotel para um descanso providencial, certo? Errado. Em San Fran, jantares e baladas começam mais cedo do que no Brasil. Por isso, se o corpo não segurar a onda, opte por fazer a sesta no começo da tarde e se prepare para a gandaia.

Um bom horário para jantar é entre as 20 e 22 horas. Depois disso, a maioria dos restaurantes e bares fecha a cozinha. Nesse caso, vá ao Orphan Andy’s, um pequeno bar com ótimas opções de pratos e lanches, na esquina das Ruas Castro e Market, quase em frente à bandeira do arco-íris. É um dos poucos que funcionam 24 horas. O bairro de Castro reúne as principais casas gays (confira as dicas na próxima página).

Fique atento, pois em toda SF só é permitida a venda de bebidas alcoólicas até as 2 horas da manhã. Depois disso, nada de drinques. Veja a programação de filmes e espetáculos do Teatro Castro, além da decoração clássica e imponente do local. Antes ou depois das apresentações, o ponto mais concorrido é o jardim do Jardinere, com alta culinária francesa e espaço para drinques no balcão ao som de jazz.

Segundo dia

Localizado no distrito cultural de Yerba Buena Gardens, o San Francisco Museum of Modern Art tem a mais abrangente coleção de arte moderna e contemporânea da costa oeste. Inclui artistas da Pop Art, pintores californianos e nomes como Matisse, Salvador Dalí, Max Ernst, Frida Kahlo e Diego Riviera. Um dos mais lindos e contemporâneos museus do mundo, custou cerca de 60 milhões de dólares aos cofres públicos e muita polêmica por ser considerado deficitário. Fique atento, pois o espaço não abre às quartas-feiras.

Depois, faça um passeio no Yerba Buena Gardens, compras no Museum Store ou um brunch no Caffe Museo. Aproveite que está muito perto do distrito financeiro e dê um pulo no Embarcadero, espaço totalmente reconstruído depois de um terremoto, em 1989. São seis quadras repletas de praças, lojas, restaurantes e cinemas. Prepare-se para as vitrines da Gucci, Tiffany, Niketown, Macy’s e Armani. A Union Square, importante roteiro da moda, fica entre as Ruas Geary, Poweel, Stockton e Post.

Devaneios controlados, hora de visitar a região portuária, que faz do Armazém Lulu um destaque na culinária de pescados. Seguindo o clima marítimo, o Fisherman´s Wharf é uma região de compras de pescado e exposições de animais empalhados. Nos fins de semana, fica lotado de turistas que visitam o Aquário de SF, entre outros lugares. É do Fisherman’s Wharf que saem as balsas para Alcatraz, a cadeia desativada que já foi tema de vários filmes e abrigou o mafioso Al Capone.

Hoje, Alcatraz é um museu visitado por 1,2 milhão de pessoas por ano. É melhor reservar a visita à ilha com pelo menos duas semanas de antecedência. O passeio custa 15 dólares. O tour é narrado por ex-presidiários e guardas e dura cerca de uma hora.

O símbolo da cidade é a ponte Golden Gate. Ela é uma das estruturas mais reconhecidas por engenheiros e arquitetos de todo o mundo. Terminada em 1937, foi  por muitos anos a maior ponte do mundo. Chegue ao seu ponto de observação antes das 17 horas, para aproveitar a luminosidade. Depois disso, os flashes não dão conta de boas imagens.

Um jantar inesquecível em São Francisco acontece na Cliff House. A construção de 1909, que abriga hoje o restaurante, está na sua terceira versão. A “Casa do Penhasco” tem estilo neoclássico e mantém um menu requintado, literalmente à beira do penhasco, com uma das melhores vistas de São Francisco. Depois disso, é hora de começar a noite. Para garantir a diversão, siga para o Castro e aproveite para conhecer alguns dos bares daquela região. É sempre um bom ponto de partida para algo mais.

Você sabia?

• São Francisco sediou o encontro que criou a Organização das Nações Unidas (ONU) em 1945.

• Desde 2004, uma lei municipal proíbe o fumo em qualquer espaço público dentro dos limites da cidade.

• Antes da corrida do ouro, em 1848, menos de 50 pessoas viviam em São Francisco.

• A maioria das casas noturnas fecha às 2 horas, mesmo horário de encerramento de venda de bebidas alcoólicas. Nos fins de semana há clubes que permanecem abertos até as 6 horas da manhã – principalmente na região do South of Market. O melhor destes é o The End-Up, com um ambiente eclético e espaço ao ar livre para fumantes.

FERVEÇÃO PARA TODOS OS GOSTOS

O ator Alistair Kenworthy, do elenco do musical The Rock Horror Show, sabe tudo sobre o trepidante roteiro gay da cidade. De um point de nudismo na área da Golden Gate até um club freqüentado por quem adora homens negros, Alec, como os amigos o chamam, mostra toda a ferveção da cidade:

São Francisco é uma das principais referências gays entre as cidades do mundo. Você concorda com isso?

Sim, a cidade é famosa nesse sentido e eu concordo. São Francisco tem se mantido, por muitos anos, como referência para homens e mulheres gays. Os anos 60 e 70 presenciaram uma mudança enorme na opinião pública, e a comunidade GLS de todo o mundo passou a ver SF como um lugar de liberdade e igualdade. Era – e ainda é – um destino para ser visitado se você é gay. A receptividade e o caráter sem preconceitos de todos fazem daqui um lugar amável.

Quais os seus programas preferidos em SF? O que há de melhor para fazer de manhã, durante a tarde e à noite?

Para a manhã, sugiro um café com croissant ou muffins em um dos muitos cafés da vizinhança. Prestar atenção nos belos meninos que passam na calçada, apreciando um bom café, é uma das melhores coisas a fazer. A programação da tarde depende do tempo. A Ocean Beach reúne um público misto, também composto por famílias.

Próximo à Golden Gate Beach há espaço para nudismo, com paquera na areia – que pode chegar a algo mais sério por ali mesmo. Outro passeio inclui os belos jardins do Golden Gate Park, onde está o Young Museum. As noites obviamente são no Castro! Há bares para todos os gostos no bairro. O Twin Peaks também é conhecido como “caixão de vidro”, pois é por lá que os homens mais velhos circulam. O The Cafe é um bar com pista variada.

Gays e lésbicas dançando juntos ao som de ritmos diferentes a cada dia. O The Bar on Castro é o mais moderno e agrada principalmente aos mais jovens. Daddies é um leather bar, com os freqüentadores abusando no couro. O The Pendulum está sempre em renovação. É freqüentado sobretudo por negros – ou por quem quer conhecê-los.

The Badlands é o ponto de encontro de jovens que requebram sem camisa durante todo o fim de semana. No início da noite, é muito cheio. Para os mais aventureiros, há vários bares na região do South Market. Lá estão os ursos, dark rooms e muita gente uniformizada.

Qual o seu lugar favorito para comer?

Gosto do restaurante Home, na Market Street. No fim da noite temos o Orphan Andy’s e o café Bagdag.

Pela diversidade de atrações, Castro é o melhor lugar para os gays se hospedarem em São Francisco?

Nas redondezas do Castro há relativamente poucos espaços para hospedagem. Vale procurar na região central, cujo acesso ao Castro, de táxi, leva cerca de dez minutos e custa 10 dólares.

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